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Ventos e marés

Esta última jornada desportiva demonstrou duas realidades distintas e que nos devem levar a uma profunda reflexão. Após a derrota com o Tondela, João Henriques, foi despedido do comando técnico do Guimarães.

Sorte diferente teve Ivo Vieira que, ao fim de três semanas de trabalho, leva um registo positivo de um empate e duas vitórias. Resultados obtidos contra Braga, Marítimo e Paços de Ferreira. Se contabilizar-nos as chicotadas psicológicas esta época e, ainda só vamos a meio, são já 13 onde nessas, 5 clubes mudaram 3 vezes de treinador. Será somente um problema de treinadores? Não me parece.

Mudar três vezes de treinador em cinco equipas, demonstra bem que o problema é mais profundo. É um problema de fraca formação e preparação dos dirigentes desportivos mas, acima de tudo, um problema cultural.

Em Portugal vivemos constantemente num mítico culturalmente correto de se passar treinadores de bestiais a bestas. Esse facto, deve ser alvo de uma grande reflexão e de medidas profundas. Uma equipa e um projeto não se consegue construir de um dia para o outro.
Como diz o povo: Roma não se fez num dia! É preciso dar tempo aos treinadores.

Tanto Ivo Vieira como João Henriques, já deram provas mais do que suficientes da sua qualidade.
São realidades diferentes e por isso, não podem ser comparadas. Cada clube tem a sua própria estrutura e a sua própria realidade. Temos de aprender com realidades como a do Brasil que, recentemente, restringiu o limite de treinadores que os clubes podem ter por época.
Temos de apostar mais e melhor na formação. É um trabalho exigente mas que seguramente, dará bons resultados a médio prazo.