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Ser treinador em Portugal: Uma travessia no deserto

O caso do Rúben Amorim, não é único nem é de agora. Rúben Amorim, já tinha sido alvo de um processo nos tempos no Casa Pia e no Braga onde, nessa altura, a ANTF reprovou não só o caso de Amorim como reprovou o de Custódio e de Silas.

Mas esta, é uma batalha já antiga e que, aos olhos de cada um de nós, parece não ter fim. Engana-se quem acha que é uma perseguição ao Sporting. Não tem nada a ver com o Sporting!

O caso remota há um ano. A duração da tomada de decisão é o que está na base. Outro caso semelhante, é o do processo de Palhinha, que parece não ter fim à vista! Aqui e, em ambas as situações, está um paradigma que tem de ser alterado. A permissão de sucessivos recursos e a permissão de se recorrer para os tribunais civis quando a matéria é apenas e só desportiva e não matéria de outros factos criminais.

Posto isto, reflitamos então sobre o que leva a estas situações como as de Rúben Amorim. Imagine que tenciona tirar o  nível I de treinador. Inscreve-se e dão-lhe o plano de formação e o custos. Logo aí, o convite a pensar duas vezes, surge. Tirar esse nível, custa nada mais nada menos, do que um absurdo valor acima do salário mínimo nacional.

Vai investir nisso, quando não tem garantias? Não me parece. Depois, olha para o plano e verifica que para ter esse nível, terá de ter um ano de formação e mais um de estágio. Um ano de formação é suportável. O estágio é que já é um entrave. Quem lhe abre as portas para o fazer? As barreiras são muitas e nos tempos que correm ainda mais.

A cada nível que passa, as dificuldades aumentam. Muita burocracia e pouca eficiência.Só para ter uma ideia, em Inglaterra, no mesmo tempo que cá tira um nível, lá tira três níveis! E isso é já um sinal a pensar. Mais do que comunicados e, perdoe-me a expressão, mais do que queixinhas, é preciso com urgência refletir o plano de formação.

Queiramos competitividade e competência ao invés de uma constante travessia no deserto!