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Formação, liderança e futuro

Nos tempos que correm é cada vez mais importante chamar a sociedade civil a debater as questões relacionadas com a prática desportiva. Os desafios que se colocam são transversais a várias modalidades do desporto.

Olhando numa forma geral, podemos concluir que há organismos com boas estruturas físicas, mas que deixam muito a desejar a nível humano. É aqui que se colocam os primeiros desafios. Ajudar as pequenas coletividades a terem uma formação mais ampla que lhes permita criar bases mais sólidas.

Na maioria das coletividades reina a boa vontade e a paixão daqueles que dão a cara pelas várias coletividades. Isso faz com que, em alguns casos, haja uma grande passividade no cumprimento e no rigor da gestão.

Por outro lado, apostar na formação traz novas exigências.

Só para ter uma breve noção, caminha-se para a obrigatoriedade de o coordenador da formação ser portador do I nível de treinador. O mesmo será também exigido a quem esteja a liderar uma equipa. Também aqui se verificará um novo desafio. Exigir que o coordenador e treinadores tenham o curso de treinador trará não só mais custos para as coletividades como trará dificuldades na contratação e gestão de treinadores.

Há também exigências com o transporte, inscrições e assistência aos atletas.

Tudo isto vai bater sempre a uma outra lacuna: o financiamento por parte das instituições públicas que, por vezes, são escassos ou de difícil acesso.

Por último, o acesso e a atratividade para se tirar o curso de treinador tem sido pouco debatido.

Sou favorável à exigência do curso, mas, por outro lado, é preciso haver cooperação entre os diversos organismos de forma a permitir que os candidatos não sejam apenas aconselhados a tirar, mas vejam nisso mais garantias que não seja só a de despender de um valor exorbitante sem ter garantias de futuro.

Julgo que o futuro passará por uma comunhão de esforços entre a FPF, Associações de Futebol e das várias autarquias.

Havendo uma maior uniformidade, transparência e campanhas de incentivo, haverá mais interessados e, consequentemente, estruturas mais coesas.