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O maior vírus é o da falta de bom senso

O que se passou no Estádio do Jamor merece uma profunda reflexão da parte de todos os intervenientes! Não importa atirar culpas a quem quer que seja. Todos têm culpa.

Não se compreende como após mais de um ano de pandemia este tipo de situações acontecem. Como se permite, numa altura em que os surtos começam a aumentar, que não se faça um maior controlo da situação epidemiológica.

Convém salientar que a Delegação de Saúde podia e deveria ter sido mais prudente neste tipo de situações. Não se compreende como há última da hora se retira jogadores de isolamento profilático.

Quando inicialmente referi que todos têm culpa, refiro-me também aos clubes que aprovam os regulamentos e não os debatem seriamente. Não tem cabimento nenhum permitir que uma equipa que tenha 9 jogadores possa ir a jogo em inferioridade numérica face ao adversário.

Se o bom senso imperasse, não havendo igualdade numérica para se começar o jogo, não se permitiria a realização do jogo e agendar-se-ia para uma nova data. Vivemos tempos diferentes e excecionais. Como diz o povo: tempos excecionais, exigem medidas excecionais. Não existiu e, pior do que isso, corre-se atrás do prejuízo como é tão típico da nossa cultura.

Permita-me que faça referência ainda a outro tema. A abolição do cartão do adepto! O cartão do adepto era um aborto já há muito anunciado. Era uma morte anunciada à nascença. Em Portugal, temos o pouco hábito de olhar para as experiências do exterior. Na maioria dos países onde foi implementado o cartão do adepto, o mesmo não teve sucesso. Pelo contrário, teve vários problemas e várias contestações. Por cá, não foi exceção.

Exigir dupla identificação, condicionar espaços e acessos de pessoas, nunca foi benéfico para ninguém. Aqui não foi exceção e levou a vários problemas legais e afastou vários adeptos dos estádios, prejudicando não só os clubes, mas o futebol de uma forma geral. Esta situação no Jamor e o fim do cartão do adepto, são motivos que devem levar a Liga e a tutela do Desporto a uma profunda reflecção!
Em tudo isto, fica evidente uma coisa. O maior vírus é o da falta de bom senso.