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Associação de Árbitros de Braga receia início das provas distritais e critica Conselho de Arbitragem

A Associação de Árbitros de Futebol de Braga (AAFB) divulgou, esta quinta-feira, uma carta aberta em que se mostra receosa com o início das provas distritais e critica a postura do Conselho de Arbitragem e da Direcção da AF Braga.

«[…] não entendemos a posição do Conselho de Arbitragem da AF Braga. Não entendemos o silêncio, o afastamento e a indiferença perante os árbitros, observadores e formadores. Não entendemos a posição da Associação de Futebol de Braga que até hoje não manifestou nenhuma preocupação com os árbitros. Como se os árbitros não pudessem contaminar e ser contaminado pelos jogadores e dirigentes. Estamos todos no mesmo barco e não adianta tentar navegar enquanto uma parte se dedica a criar rupturas na embarcação», pode ler-se na carta.

Na missiva, a Associação de Árbitros diz querer demonstrar publicamente a sua «profunda insatisfação e indignação» perante a actuação do Conselho de Arbitragem da AF Braga, liderado por Cunha Antunes, «que ao longo dos últimos meses não tem tido tempo para falar com os árbitros, para reunir com os seus representantes ou sequer construir estratégias e soluções que promovam a salvaguarda de todos».

«Todos os árbitros são sensíveis à situação pandémica e às enormes incertezas daí decorrentes. Todos temos sérias dúvidas de como vamos fazer o regresso da actividade desportiva. Deixar nota de que compreendemos que nem a AFB, nem o seu CA, terão respostas para todas as questões. Nenhuma entidade o terá. Nem é isso que pretendemos. Pretendemos, com toda a legitimidade, encontrar soluções colectivas que melhor protejam os árbitros, as suas famílias e o futebol de forma geral», sublinha.

O documento acrescenta que «foram marcadas provas para os árbitros, sendo que os mesmos não sabem em que molde serão feitas, nem as condições de higiene e segurança a implementar».

«Deram início à actividade dos centros de treino, sem regras nem protocolos sanitários, não tendo os árbitros sequer onde tomar banho, quanto mais onde lavar as mãos. Estamos sem actividade há 7 meses, pedimos uma reunião de trabalho há 3 meses e apenas obtivemos silêncio. Não temos regulamento de arbitragem, não temos normas de classificação, não temos quadro de árbitros, não temos protocolos sanitários, não temos planos de contingência», atira.

A fechar o comunicado, a Associação de Árbitros reforça o lamento de «em meses não ter havido qualquer diálogo» por parte dos órgãos competentes e reitera a necessidade de reunir para definir um plano para a temporada.

«É tão simples que se resume a reunião com os responsáveis associativos e a construção de um plano que responda às inúmeras questões dos árbitros, de forma a que possamos regressar com segurança. Poderão pensar que esse plano pode não dar resposta a tudo e, até, não responder às alterações que poderão existir amanhã, mas se assim for adaptá-lo-emos em função do que aí vier», assegura.