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«Todos acreditávamos que era possível chegar a um lugar de subida»

Salgado está há mais de uma década do Marinhas. O defesa de 31 anos é um dos jogadores mais experientes do plantel e diz que a equipa ainda podia chegar a um lugar de subida nas últimas oito jornadas que faltavam para terminar o campeonato da Divisão de Honra, série A. O Marinhas FC ocupava o 5.º lugar, com 40 pontos, a sete e oito do segundo e primeiro lugar, respectivamente. 

 

Que balanço faz da época do Marinhas?
O balanço é positivo, estávamos nos lugares cimeiros, a equipa estava numa boa fase, a jogar bem e íamos estar na luta pela subida até ao final do campeonato.

Mas esperavam estar mais perto do primeiro?
Sim, esperávamos porque o grupo é muito ambicioso e trabalhamos em cada treino e jogo para isso, mas não era uma obsessão.

E como lhe correu a época individualmente?
Estava a ser uma época positiva, felizmente foi possível dar o meu contributo à equipa e sentir a evolução de muitos jovens do grupo é muito gratificante.

  • É um orgulho capitanear esta equipa

Ser capitão traz responsabilidade acrescida?
Ser capitão é ter a responsabilidade de manter o grupo unido e focado no objectivo estipulado para a época. É ser a voz do treinador dentro de campo, de passar todo o ensinamento adquirido ao longo dos anos aos mais novos e continuar a aprender com eles. É ser um exemplo dentro e fora de campo para as pessoas que representam o clube, é transportar e fazer passar a mística deste clube. Essa é minha responsabilidade e tenho um orgulho imenso capitanear esta equipa.

Foi competitivo o campeonato?
É muito competitivo o que é óptimo e a prova disso é que a classificação, quer nas subidas, quer nas descidas estava tudo indefinido e penso que não ia terminar assim.

  • A melhor equipa? O Marinhas!

E qual a melhor equipa da vossa série?
Este campeonato tem muito boas equipas, na minha opinião, a melhor é o FC Marinhas, pois somos uma equipa com 95% jogadores formados no clube, muito jovem, com a excepção de 4/5 jogadores. Jogamos por amor à camisola e ao futebol. Monetariamente temos uma gratificação de vitória e, nos últimos dois anos deste projecto, conseguimos sempre ser competitivos e ter bons resultados.

Consegue eleger o melhor jogador?
Este campeonato tem muitos jogadores de qualidade e muitos deles bastante jovens, que podem jogar em patamares superiores, mas acho que seria injusto individualizar. O futebol é um desporto colectivo, por isso, o melhor do campeonato é a nossa equipa.

Concorda com a decisão de terminar os campeonatos?
Qualquer decisão nunca seria unânime. É triste porque fica um sentimento que não terminaste um objectivo com o qual te comprometeste. Mas a saúde pública é mais importante. Resta aceitar e respeitar a decisão.

O Marinhas ainda podia chegar a um lugar de subida?
Todos acreditávamos que era possível. Ainda faltavam oito jornadas, com muitos jogos entre as equipas dos lugares de cima, isso podia alterar muita coisa.

  • É triste ficarmos privados de tanta coisa!

As saudades começam a apertar…
Qualquer apaixonado por futebol como eu sente que nos falta uma parte da nossa vida. Acho que quando tudo passar vamos jogar com um sentimento ainda maior.

Como tem sido a adaptação a estes tempos de quarentena?
Não tem sido muito difícil, pois continuo a trabalhar e isso ocupa-me grande parte do dia. Mas é triste de um dia para o outro ficarmos privados de muita coisa na nossa vida, especialmente do futebol. Mas temos de ser responsáveis por um bem comum, para que tudo passe o mais rápido possível e tirar o melhor ensinamento da situação.