No futebol de formação é preciso entender que a base deve estar assente em pilares como o desenvolvimento humano, felicidade, liderança e superação.
Aliar o conhecimento à integração do atleta é um dos pilares fundamentais para o seu desenvolvimento, juntando os aspetos acima referidos.
Quando falamos em desenvolvimento humano, temos de olhar para a relação entre o treinador e o atleta e a relação do atleta com o coletivo.
É importante que se procure incutir dinâmicas de grupo de forma a criar uma relação mais próxima, de confiança e de afeto para que o atleta se sinta confortável e feliz.
Outro aspeto fundamental é o da felicidade.
Aqui temos de olhar principalmente para o sentimento de realização e de superação das adversidades. Se o atleta sentir e vir que o trabalho e o esforço estão a ser recompensados e, mais do que isso, que está a superar as dificuldades, o próprio vai ganhar mais confiança nele próprio e estar mais propenso a ouvir reparos e a intensificar o trabalho que deve desenvolver.
Há outros quatro pontos que considero importantes serem debatidos pelas diversas entidades que tutelam e gerem o futebol nacional e regional: a formação, a calendarização, inscrições e a arbitragem.
Na formação é cada vez mais imperioso apostar na formação dos diversos dirigentes desportivos, criar mecanismos para uma maior cooperação entre as escolas e os clubes e, não menos importante, repensar e reforçar o financiamento às várias coletividades de forma a proporcionar uma maior capacidade a nível de estruturas físicas e humanas.
Olhando para a calendarização e as inscrições, torna-se imperioso uma maior transparência na calendarização e na inscrição de equipas. Uma das dificuldades que diversos clubes têm sentido prende-se com o facto de haver clubes que têm duas equipas do mesmo escalão a competir na mesma divisão ou em divisões acima.
É importante haver um maior controlo e encontrar um mecanismo que não permita que jogadores da equipa A possam jogar na equipa B.
Permitir que essas situações aconteçam faz com que haja desequilíbrios e, consequentemente, uma camuflagem da competição e da verdade desportiva. É urgente rever isso.
Na arbitragem e na disciplina, a aposta numa maior e ampla qualificação da arbitragem é essencial para uma melhor credibilidade e transparência de um setor predominante para a prática desportiva. A nível disciplinar também tem havido aspetos que deixam muito a desejar e que devem ser alvo de uma profunda reflexão e revisão para uma maior transparência.
Não é aceitável que um jogador que seja castigado com um jogo possa competir pelo escalão acima no fim de semana em que o mesmo estaria a cumprir esse castigo. Vejamos um exemplo prático: um atleta de iniciados que tenha levado um jogo de castigo pode competir no fim de semana de castigo pelo escalão de juvenis ou, caso haja duas equipas do mesmo escalão, pode competir pela equipa da divisão que não a mesma.
Ou seja, se for da equipa da 2ª divisão pode jogar pela equipa que está na 1ª divisão. Aqui não bate certo com o regulamento da FPF. Um jogador que seja castigado com um jogo de não pode jogar no jogo seguinte. Independentemente do escalão e da divisão. Essa é uma situação fácil de controlar e de fácil aplicação. Tem de haver um esforço e, acima de tudo, bom senso da parte de todos os intervenientes da prática desportiva.
Os pontos que elenquei acima são fundamentais para que o futebol se torne numa atividade mais atrativa, respeitadora e transparente. Todos ficamos a ganhar.






