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O vírus pedagógico

Numa abordagem linear o Covid-19 não pode ser visto como algo que nos tem dado coisas positivas, porém, pode ser visto como uma oportunidade para tomar consciência que as catástrofres acontecem e que temos de estar preparados para situações limite.

A semana passada tive a oportunidade de vivenciar experiências únicas no que concerne a novas estratégias, princípios, métodos e técnicas de educação, ensino e até mesmo reunião. Entendi então, esta semana trazer até todos vocês algumas ideias e sugestões, as quais me levam a acreditar que pouco será com era.

Se é agente desportivo ligado à área do dirigismo, gestão desportiva, treino, entre muitos outros, acredite que os “mitos” que iam dominando no Pré-Covid, a titulo de exemplo as reuniões pouco frequentadas, formações com presenças pouco significativas, da comunicação com atletas apenas pela escrita sem interacção de rostos e vozes, daquelas reuniões de pais onde compareciam sempre os mesmos, entre outros, surgiu agora uma grande oportunidade de marcar a diferença.

Como referi anteriormente, tive a oportunidade, de em pleno estado de emergência e consequente confinamento de todos em casa, realizar três acções de formação. Uma em Coimbra, outra no Porto e outra em Vila Verde. E o que é curioso é que não tive de sair de casa, aliás ninguém teve que sair de casa, pois no conforto dos seus sofás e cadeiras de escritório pude conhecer, interagir, conversar, partilhar ideias e conhecimentos com mais de duas centenas de pessoas, dessas regiões do país.

A tecnologia está aí a responder e todos, sem excepção, devem olhar para ela como uma oportunidade de relançar o futuro. Recomendo que se comecem a preparar as próximas temporadas, que se abram inscrições de atletas pelas ferramentas digitais, que se façam reuniões de direcção bem participadas cada uma na sua casa e agora sem desculpas daquela festa, daquele evento, daquele compromisso desculpável; que se abordem e contratem treinadores; que não se perca o contacto e proximidade com os encarregados de educação/clientes e se preparem reuniões à distância com os mesmos para divulgação de projectos assim com para se criar interacção com estes; que se façam formações com os treinadores sobre o documento orientador da entidade, de scouting, e outras temáticas; que se promova reuniões à distância com os atletas sobre leis de jogo, nutrição, ética no desporto e outros temas.

Enfim, coloquem a máquina a rolar já e no futuro próximo dêem continuidade a estas dinâmicas, pois facilmente concluirão que afinal de contas esta pandemia até nos ensinou muita coisa e que hoje/amanhã poderão ser agentes desportivos mais capacitados e entidades mais credíveis.

No que me toca, nestes 48 dias de confinamento social, talvez tenha aprendido mais que nos últimos 360 dias anteriores ao Covid, porque ele apesar de se revelar uma forte ameaça, também nos veio estimular para mudanças que nem equaciona vamos e que depois das experimentar facilmente percebemos que afinal havia outras formas de contornar problemáticas que nos atropelavam no nosso dia a dia de agentes desportivos no passado.

Como referi, da minha casa, juntei a comunidade de três clubes portugueses como se estivéssemos ali tão próximos e conseguimos todos fazer quase tudo e assimilar bastante de uma forma rápida, eficaz, eficiente e económica!

É caso para se dizer, “Vai embora maldito Covid”  e grato por o quanto nos ensinaste”!