Alfredo Pimenta, treinador do Pico Regalados, fez o balanço das primeiras 10 jornadas do campeonato da I Divisão, Série C, numa altura em que a equipa ocupa o 11.º lugar da tabela classificativa, com nove pontos conquistados.
O técnico reconhece que o campeonato não tem corrido como o desejado, mas lembra que as dificuldades já eram esperadas desde o início da época. “Dissemos logo que este seria praticamente um ‘ano zero’. Sabíamos que íamos ter muitas dificuldades e é isso que tem acontecido”, afirmou.
Um dos principais obstáculos, segundo Alfredo Pimenta, prende-se com a falta de condições do clube para atrair jogadores com compromisso. “O Pico, com as condições que oferece, sem pagar nada, tem muita dificuldade em arranjar jogadores comprometidos. Jogar contra equipas mais bem apetrechadas torna-se complicado”, explicou, sublinhando que o problema não abrange todo o plantel, mas sobretudo jogadores mais jovens, “que hoje em dia não têm grande compromisso com os clubes”.
Apesar do momento menos positivo, o treinador garante que nunca pensou em desistir. “Temos de levar as coisas até ao fim e depois pensar no futuro”, disse, admitindo, ainda assim, que esperava ter somado mais pontos nesta fase da competição. “Alguns miúdos que vieram este ano eu já conhecia e achava que tinham qualidade. Podíamos ter mais alguns pontos, mas há situações que nos empurram para o lado negativo e temos de saber lidar com elas.”
Alfredo Pimenta destaca também o papel dos jogadores mais experientes no balneário. “O mais forte no Pico tem sido a ajuda dos mais velhos, a puxar pelos mais novos. Chega a uma altura em que já não sabes mais o que dizer, porque a motivação não pode vir sempre do treinador.”
Sobre o campeonato, o técnico considera que está mais equilibrado, embora “mais por baixo”, e recordou o jogo frente FC Amares como exemplo das dificuldades sentidas. “Mesmo sem praticar grande futebol, conseguiram meter um ritmo muito elevado no jogo. Não nos conseguimos adaptar, escorregámos muito e sofremos cedo. Também pagámos a falta de experiência.”
O treinador admite que poderia ter recorrido a jogadores mais experientes, mas defende as opções tomadas. “Tenho de ser justo com quem treina melhor e aparece mais vezes. Faz parte do processo.”
Olhando para o futuro, Alfredo Pimenta acredita numa segunda metade de época mais positiva. “Sinto que o grupo quer dar a volta a isto. Sabemos que não vamos muito além de subir dois ou três lugares, mas o importante é respeitar a camisola e chegar ao fim com o sentimento de missão cumprida. Isso é o mais importante”, concluiu.







