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«Digam-me se alguém queria estar no lugar do Rui? É preciso ser rebuscado para acreditar numa coisa destas! Não acredito e estou tranquilo, assim como o jogador»

Carlos Cunha esteve esta manhã na sala de impressa para fazer a antevisão do jogo de domingo diante do Cerveira. O técnico do Lank FC Vilaverdense espera um jogo complicado entre duas equipas que estão a passar por momentos difíceis no Campeonato de Portugal. Carlos Cunha abordou ainda o “polémico” autogolo de Rui Faria no jogo último jogo com o Vianense e que tanta tinta tem feito correr.

 

Desportivo: Que dificuldades espera desta deslocação a Cerveira?
Carlos Cunha: O Cerveira também está numa situação difícil em termos de resultados e esperamos dificuldades. O campo é sintético, o que nos pode trazer dificuldades, no entanto, estamos habituados, pois, também já jogamos e treinamos num piso igual.  Tal como nós é uma equipa que está magoada no seu íntimo e que vai tentar dar a volta à situação tentado tirar partido do nosso momento.  Será um jogo com uma carga emocional forte.

A equipa está agora mais perto dos lugares de descida…
Sim, as equipas estão muito juntas, é normal, o campeonato é competitivo, com poucas equipas e com um número grande de descidas. Um terço das equipas desce de divisão, mas isso estava estabelecido desde a primeira hora. Continuamos a acalentar a esperança que temos capacidade para sair desta situação. Vamos tentar trazer pontos para fazer a retoma no campeonato.

Como tem reagido a equipa a todos estes problemas?
Não nos podemos esconder. Temos andado a lamber as feridas e a tentar limpar a cabeça aos jogadores. Queremos acreditar que são danos colaterais, não vamos valorizar o que não interessa. A equipa está focada e sabe que tem de dar uma resposta positiva.

Já conversou com o Rui Faria? Como viu o lance no jogo com o Vianense que acabou por tomar grandes proporções a nível nacional?
Devido à dimensão mediática que tomou esta lance falei com o jogador. Infelizmente em situações como estas há pessoas malformadas e mal intencionadas, que tentam de má fé tirar partido da situação.

O meu ponto de vista é simples: estávamos no minuto 94, depois de termos feito um jogo há 72 horas muito desgastante, os resultados adversos provocam desgastes emocionais e o que aconteceu é simples, uma má abordagem ao lance e uma infelicidade do nosso jogador.

Pergunto às pessoas que criticam e censuram o jogador se em algum momento se conseguiram colocar no lugar do Rui? Digam-me se alguém queria estar no lugar dele? É preciso ser rebuscado para acreditar numa coisa destas! Não acredito e estou tranquilo, assim como o Rui.

O grupo está unido para o proteger e defender, não é que ele precise de defesa. Isto é um não assunto, há autogolos, há golos marcados com a mão, no futebol há um pouco de todo. Estamos num momento em que tudo nos acontece. A equipa sente que os nossos erros são sempre aproveitados pelos adversários e nós nas situações que criamos não temos a felicidade para nos superiorizar.

A única coisa que queremos é que nossos adeptos e simpatizantes também tenham orgulho e em vez de se colocarem ao lado dos adversários remem ao nosso lado. Ninguém ganha com a divisão. Unidos podemos dar uma resposta forte, porque o que está em causa somos nós todos.

Temos condições para a solução do problema e vamos conseguir superar isto. Seria mais fácil se nos apoiassem, se não for assim vamos continuar o nosso caminho.
A garantia que dou é que o grupo nunca se vai entregar, vai lutar e vai dar uma resposta forte.