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Treinadores dos três primeiros da Honra (A) defendem que deve haver subidas e descidas

Na segunda edição da “Quarentena no Desportivo”, os treinadores de Pousa (Lelo), Vila Chã (Jó Faria) e FC Amares (Hugo Ramos), equipas da série A da Divisão de Honra, estiveram muitas vezes em desacordo, mas houve uma ideia-chave que partilharam: o campeonato deve ter subidas e descidas.

Foi, aliás, de Jó Faria a posição mais cáustica sobre o fim das competições, decretado pela AF Braga, no seguimento da pandemia Covid-19.

«[Anular campeonatos] É uma aberração total, mas na AF Braga nada me surpreende. É claro que tem que haver subidas e descidas, o contrário não cabe na cabeça de ninguém. Se desse para ir até ao fim, queria jogar. Acabou aqui? Então tem que se premiar o mérito desportivo», explicou.

Da mesma opinião é o treinador do Pousa, Lelo, que pretendia concluir o campeonato no campo.

«Já o disse publicamente e mantenho: tomada naquela altura, foi decisão precipitada. Eu sou defensor do término do campeonato, porque não faz sentido começar uma época sem acabar outra», apontou.

Se não for possível, «deve haver subidas e descidas». «O que nunca deve ser feito é premiar quem estava para descer e não quem estava para subir», explicou.

Para o comandante do FC Amares, Hugo Ramos, «a partir do momento em que se decidiu suspender os campeonatos, é preciso tomar uma decisão» relativamente às subidas e descidas.

«Fizeram uma interrupção, mas acredito que campeonatos não vão ser anulados. Têm que existir subidas e descidas. É preciso bom senso e premiar o mérito desportivo», apontou.

UMA BOTA PARA DESCALÇAR

Na série A da Divisão de Honra, o Pousa é primeiro com 48 pontos, o Vila Chã segundo com 47 e o FC Amares terceiro com 45. A questão é que o Pousa tem um jogo a mais, o que cria ainda mais um imbróglio.

«O Pousa antecipou o jogo legalmente e venceu-o, num momento em que não pensávamos sequer nesta pandemia. O jogo foi legal. Portanto, ocupámos o primeiro lugar. Alguém vai ter que descalçar esta bota», disse Lelo.

Visão diferente têm Jó Faria e Hugo Ramos, para quem a contabilidade tem que ser feita às 22 jornadas disputadas por todos os emblemas, ou seja, retirando a partida entre o Pousa e o GD Caldelas.

«Nada contra o Pousa nem contra nenhum clube, mas há regras e as decisões têm que ser tomadas em caso de igualdade, de acordo com 22 jornadas. Se finalizar desta forma, é claro e evidente que têm que retirados esses três pontos», referiu Hugo Ramos.

Também Jó Faria entende que «não tem pés nem cabeça» contabilizar a partida a mais do Pousa. «Esse jogo tem que ser retirado», frisou.

A segunda edição da “Quarentena no Desportivo” decorreu este sábado à noite e foi realizada na plataforma Zoom, numa parceria entre o Desportivo e o treinador Fernando Pires.